Folk, Rhythm and Blues, Rock e outras variantes puras da música inspiraram Elvis Costello a contar belas e doces histórias na sua grave, confiante e inconfundível voz num concerto em Cascais no ambiente perfeito.
Noite quente de Verão, um público participante quando assim tinha de ser, um cenário natural belíssimo com bonitas e antigas árvores iluminadas, um céu estrelado, como devia sempre ser e uma Lua a iluminar levamente o Parque Marechal Carmona, para um concerto a condizer.
Elvis começou há hora marcada, para 40 minutos que mais não foram do que uma preparação para um primeiro encore que veio um concerto que não estava a cativar até ali tudo aquilo que podia.
Segundo concerto após encore
Falador, simpático, com vontade de nos contar as suas histórias pelas canções e pelas palavras antes delas, Mr. Elvis Costello falou no concerto só com músicas tristes e calmas que deu anteriormente em Portugal, Elvis homenageou o período da música dos anos 1920 e 1930, que tanto gosta.
Com Slow Drag with Josephine deu um tom vaudeville ao concerto e explicou: "Isto é como o rock and roll soava em 1921". Blame it on Cain foi outro dos bons momentos, tal como New Amsterdam, a versão dos Beatles You've Got to Hide Your Love Away e I Want You, deram vibração a uma noite que foi melhorando em crescendo.
Acompanhado pela banda ao seu estilo com vários instrumentos, The Sugarcanes, nunca deixando o seu chapéu que é já imagem de marca e com várias referências a Portugal e Cascais, Elvis chamou o público para vir das cadeiras até mais junto do palco, criou um ambiente mais intimista e deu o seu melhor - e o seu melhor é de uma qualidade rara e com o que de mais puro a música tem.
Entre músicas novas e mais antigas, nunca faltou coerência e referências a épocas, como Jimmie Standing in the Rain, sobre 1937. Houve ainda tempo para algum rock que agitou o público, um segundo encore e a música-referência do cantor, She.
"No último concerto em Portugal cantei músicas tão tristes que às vezes parecia que o público dizia 'shhh, shhh'". Este foi o mote para a música She, que pôs uns a filmar e outros, acompanhados, a balançar o corpo no momento mais romântico da noite, num concerto de Verão que teve duas horas de boa música.
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