RIO — Aquele de quem sempre se pode esperar pop de primeira, com interpretação intensa, sofisticação harmônica, qualidade literária e um tanto de confronto e humor, Elvis Costello estava há um bom tempo sem disco novo (o último foi “Wise up ghost”, com o grupo The Roots, em 2013). Lançado na sexta-feira, “Look now” é sua volta aos álbuns — e com o grupo com o qual tem se apresentado ao vivo, os Imposters (que não gravava um disco com ele desde “Momofuku”, de 2008).
Mas quem esperava a pegada mais rock dos shows se surpreenderá com o lançamento: “Look now” é um disco de artesão da canção, com faixas que existem para contar histórias, emolduradas por saborosos arranjos.
Gravado depois de o cantor remover um tumor maligno, o disco não dá, porém, indicações de que Elvis Costello tenha sido afetado em seu ímpeto artístico. Ainda estão lá o emocionante cantor e o compositor que rivaliza com poucos no rock (o parceiro Paul McCartney é um dos nomes que surgem na mente). Só que em “Look now” ele conta com a ajuda de dois arquitetos do pop.
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